80% dos portugueses tem dificuldade para aquecer a casa no Inverno

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Portugal é um dos países onde a pobreza energética tem maior expressão, um problema que tem como consequência uma maior dificuldade em manter as casas a uma temperatura agradável. E o inquérito da Comparamais revela que 80% dos portugueses tem dificuldade em aquecer a casa no Inverno…

A pobreza energética é um problema que resulta de má construção das casas, baixos salários e um elevado preço de eletricidade. E este é um problema bem conhecido dos portugueses, já que todos estes fatores se conjugam com frequência no nosso país.

Uma das consequências da pobreza energética é maior dificuldade em manter as casas quentes no Inverno. E, como mostra o novo inquérito da Comparamais sobre a pobreza energética, 80% dos portugueses sentem esse problema nos seus lares.

Pobreza energética: Sentir frio em casa é uma realidade bem conhecida dos portugueses

Nos dados recolhidos pela Comparamais junto dos seus utilizadores fica comprovado que 89,6 dos portugueses já sentiu frio em casa durante o Inverno. E se para 63,9% esse desconforto térmico apenas é sentido nos dias mais frios, há 23,1% dos portugueses que sente frio em casa todos os dias nos meses mais frios.

Além de sentirem frio, os portugueses têm outro problema. É que 80,7% das pessoas afirma que tem dificuldade em aquecer a casa. Esta situação coloca em evidência outra das origens da pobreza energética, que é precisamente a fraca construção das habitações.

Para tentar contrariar este problema, quatro em cada dez portugueses optou por fazer obras de melhoramento nas suas residências. As principais opções foram a calafetagem de portas e janelas (55,2%), melhorias no isolamento exterior (37,5%) e trocar os estores e persianas (28,1%). Mas apenas 21,9% teve capacidade para fazer a instalação de um aquecimento central, que é mais eficaz a manter uma boa temperatura interior.

Aquecedores e termoventiladores são a principal solução de aquecimento

Para manter a casa a uma boa temperatura os portugueses continuam a optar, principalmente, pelos aquecedores a óleo e pelos termoventiladores. Esta é uma questão importante, já que embora sejam mais baratos que outras alternativas, estes equipamentos têm um impacto muito elevado nos gastos com eletricidade.

Depois dos 54,8% que aquece a casa com aquecedores e termoventiladores, as soluções seguintes para climatização são usar mais roupa quente (48,5%), as lareiras (34,7%) e os sacos/botijas de água quente (20,5%). E apenas na quinta posição surgem os sistemas de aquecimento central, escolha para 18,4% das pessoas.

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78% evita ligar sistemas de aquecimento para não pagar mais eletricidade

Há quase 80% de portugueses que evita usar os sistemas de aquecimento. E mesmo na utilização dos sistemas de aquecimento há algum comedimento, porque metade dos portugueses apenas os utiliza entre 3h e 6h por dia (47,6%), enquanto 24,9% até um máximo de 3h diárias.

Mas há um indicador sobre os motivos para evitar usar os sistemas de aquecimento que mostra bem a situação de pobreza energética em que vivem muitos portugueses. Afinal, dos que evitam ligar os sistemas de aquecimento, 90% afirma que o faz para evitar aumentar os gastos com eletricidade.

Faturas de luz e gás sobem para 95% das famílias no Inverno

Uma realidade transversal a praticamente todos os portugueses é pagar mais luz no Inverno. Com a necessidade de usar sistemas de aquecimento, e em 2021 também com o confinamento e o recurso ao teletrabalho e escola à distância, 95% das famílias afirma que as faturas de energia sobem na estação mais fria do ano. Os aumentos são os seguintes:

Aumento dos gastos com
eletricidade no Inverno
Percentagem de casas
Sem aumento4,2%
Até 25% de aumento19,7%
Entre 25% e 50% de aumento 37,8%
Entre 50% e 100% de aumento 21,8%
Mais do dobro nas faturas16,4%

Relativamente ao aumento de valor das faturas de eletricidade, nota-se que há alterações expressivas. Em primeiro lugar, para os 34,8% que vê as faturas aumentarem mais de 50€ mensalmente. Mas também para os 35,7% que vê as faturas subirem entre 25€ e 50€. Com aumentos nas faturas até 10€ ficam 6,2% dos inquiridos, enquanto para os restantes 23,3% a diferença fica entre 10€ e 25€.

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Pobreza energética – Redução de preços ajudaria no aquecimento de 92% das casas

Um dos principais fatores a contribuir para a pobreza energética é o elevado preço da energia. E as respostas ao inquérito da Comparamais mostram que uma redução nos custo da eletricidade poderia ajudar a minimizar o problema.

Isso fica claro porque 92% das pessoas afirmam que se os preços da eletricidade descessem teria mais facilidade em aquecer a casa no Inverno. Além disso, há que destacar também que para 71% das pessoas confidencia mesmo que tem mais dificuldade em pagar a conta de eletricidade no Inverno.

40% opta pela mudança de fornecedor

Como uma das principais soluções para reduzir os gastos com eletricidade é encontrar preços mais baixos, quase metade dos portugueses afirma que pretende mudar de fornecedor de energia nos próximos meses. São cerca de 40% dos portugueses que revelam essa intenção no Inquérito da Comparamais.

E nesta opção, são reconhecidas as vantagens de usar um simulador de preços de energia. Por isso, 9 em cada 10 portugueses afirmam que vão usar estas ferramentas para comparar os preços antes de trocar de fornecedor de luz e gás.