Portugal já usa 2/3 de eletricidade de fontes renováveis

produção de eletricidade

Com o encerramento da Central do Pego, última unidade de produção de eletricidade com carvão em Portugal, o nosso país fica mais próxima de ser abastecido apenas com energia verde

Portugal cumpriu uma nova etapa rumo à neutralidade carbónica, anunciado o fim da produção de eletricidade com carvão na última semana. Esta medida estava já anunciada, e o encerramento da Central do Pego estava previsto para o final de novembro. Mas, por causa da falta de matéria-prima, o fecho até ocorreu mais cedo.

Este encerramento, apesar dos postos de trabalho que coloca em causa, é uma boa notícia a nível ambiental. Afinal, ele significa eliminar uma das formas mais poluentes de produzir energia elétrica. E, com esta mudança,. Portugal fica mais próximo de utilizar apenas energia obtida de fontes renováveis.

Que eletricidade chega a casa dos portugueses?

Com o fim da produção de eletricidade com carvão, Portugal fica ainda mais próximo de usar apenas energia verde. E, de momento, 66% da eletricidade gerada em Portugal já tem origem em fontes renováveis. Ou seja, apenas 1/3 da luz usada em casa dos portugueses é produzida com recurso a combustíveis fósseis.

Os dados da APREN (Associação de Energias Renováveis) indicam que as principais fontes de produção de eletricidade renovável em Portugal Continental são:

Hídrica – 26.76%
Eólica – 25.78%
BioEnergia – 7,13%
Solar – 4.00%
Bombagem – 3.22%

As principais fontes de energia com combustíveis fósseis são:

Gás Natural – 22.36%
Cogeração Fóssil – 9.18%
Carvão – 1.56% (dados de setembro de 2021)

Regiões Autónomas mantêm alta dependência dos combustíveis fósseis

Embora no continente a energia renovável seja já predominante, nas ilhas a situação é distinta. Na Região Autónoma da Madeira os combustíveis fósseis ainda são a principal fonte de produção de eletricidade, e corresponde a 66,2% do total. Entre os produtos utilizados, o Diesel domina com 44,2%, seguido de 22% de energia obtida a partir do gás natural.

Nos Açores a realidade é parecida. Aqui, 57.2% da eletricidade é produzida a partir de Fuel e 6,99% com base no gasóleo. Isto significa que 64% da energia consumida neste arquipélago tem origem em fontes não-renováveis. É, no entanto, de assinalar que nesta ilha 22,38% da eletricidade é produzida a partir de energia geotérmica.

Quais as vantagens de acabar com a produção de eletricidade com carvão?

A principal vantagem do fim da produção de eletricidade com carvão é a redução da pegada de carbono do país. Porque, embora o país continue a recorrer ao gás natural como terceira maior fonte de produção de energia, ela tem menor impacto ambiental.

Segundo estimativas, a produção de eletricidade com gás natural gera apenas metade do CO2 por MW produzido, em comparação com a energia gerada a partir do carvão. E os dados da Associação Zero, apresentados no momento de entrada em vigor do Acordo de Paris, indicam as duas maiores fontes de geração de dióxido de carbono em Portugal eram, precisamente, as centrais a carvão de Sines e do Pego.

Este encerramento terá impacto nos preços da energia?

Não é esperado qualquer impacto nos preços, já que apenas 1% da eletricidade era gerada a partir do carvão. No entanto, isso não significa que a subida de preços de produção de energia tenha um final à vista. Este ano os custos para produzir eletricidade em Portugal não pararam de subir, e não será o encerramento da Central do Pego a alterar essa realidade.

A subida dos preços tem origem em várias situações, mas uma das principais é o aumento do custo do gás natural. Como tal, a eliminação do carvão na produção de eletricidade não vai significar uma descida dos preços. Mas, se considera que a sua fatura de luz e gás é demasiado elevada, passe pelo simulador de preços de energia e descubra quanto pode poupar na eletricidade e gás.

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