Inflação – Descubra o significado, como a calcular e o perigo que representa

inflação

A inflação é algo que acontece todos os anos, mas recentemente o seu impacto na vida dos portugueses está a aumentar. Saiba o que é a inflação, os perigos que ela traz e como é calculada

Todos os dias ouvimos e sentimos a inflação. Ela significa um aumento dos preços e, por isso, é algo normal e habitual no dia-a-dia. Mas, em épocas de crise como a atual, a inflação é um grave problema, já que ela significa que a vida das pessoas fica mais difícil e o custo de vida aumenta. 

Este conceito nasceu nos meados do século XIX nos Estados Unidos. No entanto, a inflação não foi inventada nessa altura. Ela existe desde que começaram as trocas comerciais entre povos, no início da história, mas ficou mais evidente com a existência das moedas como mecanismo para troca (compra e venda) de bens.. 

O problema, em momentos como o atual, é que a inflação causa dificuldades de vida e o seu impacto é mais evidente. Por isso, para que perceba como ela funciona, vamos explicar o que é a inflação, quais os seus riscos e como é calculada a taxa de inflação. 

Quer perceber tudo sobre este conceito que todos os dias está presente na sua vida? Então continue a ler este artigo.

o que é a inflação

O que é a inflação?

A inflação é um sinónimo de aumento de preços, que pode existir em qualquer bem ou serviço. Ou seja, quando os preços sobem isso significa que houve inflação. 

Mas existe também o contrário, que é a deflação. Ela representa uma descida de preços e, apesar de ser pouco comum, pode existir. Um bom exemplo de deflação é, por exemplo, a queda nos preços dos telemóveis ou televisões, já que à medida que aumentou a produção, eles ficaram mais baratos.

Quais as causas da inflação?

A inflação pode ser causada por vários motivos. Mas normalmente eles estão relacionados com alterações na oferta ou na procura dos bens. Por exemplo, com o aumento do preço das casas houve um aumento da procura pelo arrendamento. E, por isso, houve inflação e um aumento nas rendas.

Outras das principais causas são ambientais (por exemplo, a seca ou as tempestades fazem cair a produção de alimentos e causam subidas nos preços). Mas também instabilidades  políticas ou económicas podem dar origem aos aumentos de preços.

Além disso, mudanças na produção de bens também afetam a procura e causam inflação. Por exemplo, o aumento da procura por gás natural fez o custo da produção de eletricidade subir, causando uma inflação nos preços da energia.

Como é calculada a inflação?

Ela é normalmente calculada com a comparação dos preços em dois períodos diferentes. Habitualmente a taxa de inflação é medida anualmente. Ou seja, para saber a taxa de inflação em outubro de 2023 compararam-se os preços desse mês com os que existiam em outubro do ano anterior.

Por exemplo, se um pacote de TV e Internet custava 50€ e, um ano mais tarde, o preço sobe para 60€, pode-se concluir que existiu uma inflação de 20% nos preços desse serviço de telecomunicações.

O que são bolhas inflacionárias?

São subidas injustificadas e irrealistas nos preços que, depois, são compensadas com uma queda repentina. Isso aconteceu, por exemplo, com os preços das casas nos Estados Unidos no final da década de 2000, dando origem a uma grande crise financeira e bancária que causou graves problemas à economia de Portugal e outros países.

As bolhas inflacionárias estão muitas vezes ligadas à especulação nos preços e são também conhecidas como bolhas especulativas ou bolhas financeiras. 

Quais os riscos dos aumentos de preços?

Quando há fortes períodos de inflação e eles são generalizados (ou seja, em quase todos os bens, serviços e produtos), isso traz vários riscos. É o que acontece atualmente, com muitas dificuldades para a população em geral. Os principais riscos da inflação são:

  • Dificuldades para as famílias – A subida de preços significa incapacidade para pagar as contas e também que a quantidade de bens que se podem comprar com a mesma quantidade de dinheiro é menor;
  • Encerramento de Empresas – Com o aumento dos preços das matérias-primas ou dos bens que comercializam muitas empresas deixam de ter produtos ou clientes. E, por isso, acabam por ir à falência e fechar. E, como tal, o desemprego é outro dos riscos da inflação;
  • Recessão – Como é preciso reduzir o consumo para combater este fenómeno, o país pode entrar em recessão. Ou seja, a economia deixa de evoluir e o país fica estagnado;
  • Perda de Valor do Dinheiro – Para contrariar a inflação os países podem começar a “imprimir” mais dinheiro. Mas isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos e pode mesmo fazer um país entrar em falência;
  • Alastrar para a economia nacional e mundial – Com a economia financiada pelos bancos, o fim das bolhas inflacionárias significa que muito dinheiro investido desaparece ou perde valor. E isso significa que consequências de bolhas inflacionárias podem alastrar para toda a economia e causar crises económicas mundiais. 
  • Problemas políticos e económicos – Porque tornam a vida das populações mais difícil, as bolhas inflacionárias ajudam os movimentos extremistas e populistas a ganharem voz. E, por consequência, podem impulsionar mudanças políticas nos países ou mesmo a ascensão de ditaduras.

E quais os pontos positivos?

Quem vende produtos ou serviços com forte procura pode beneficiar com a inflação, já que os seus lucros sobem. Ou seja, vendem os produtos mais caros e fazem mais dinheiro. 

Além disso, como normalmente os juros sobem para combater a inflação, quem tem poupanças acaba por ver o dinheiro valorizar mais. 

Exemplos de crises inflacionárias

Há vários exemplos de hiperinflação, alguns com forte impacto na história mundial. Um dos maiores exemplos é o da República de Weimar, na década de 1920 na Alemanha. A inflação chegou aos 29500% por mês e, com a impressão de mais dinheiro, as notas perderam totalmente o seu valor. Ao ponto das pessoas queimarem notas para se conseguirem aquecer…

A América Latina também teve uma época marcada pela hiperinflação, na década de 1980. E, nesse caso, as taxas de inflação anuais chegaram aos 166% no Brasil, aos 257% na Argentina e aos 3710% no México.

Mais recentemente, no final da década de 2000 uma crise com origem na bolha inflacionária do ramo imobiliário dos Estados Unidos alastrou para os bancos e causou problemas nas economias a nível mundial. Entre as consequências está a entrada da Troika em Portugal.

Mas a maior crise de hiperinflação do mundo aconteceu na Hungria, após a Segunda Guerra Mundial. Com uma impressionante taxa mensal de 41 900 000 000 000 000%, a taxa diária era de 207%. Ou seja, os preços dos bens duplicaram a cada 15 horas! 

Porque se usam os juros para controlar a inflação?

Para aumentar o custo do dinheiro e forçar a descida do consumo. E, dessa forma, reduzir a procura e forçar uma queda de preços e a descida da inflação. Por exemplo, essa é a base da estratégia para o aumento da Euribor como arma para controlar a inflação na Europa.

No entanto, há consequências nesta opção, já que elas tornam os empréstimos mais caros. E, por isso, o crédito habitação e o crédito pessoal fica mais caros e as empresas têm mais dificuldades para obter financiamento.

O que as pessoas devem fazer em períodos de inflação?

Procurar produtos e bens mais baratos é uma excelente solução, já que força as empresas com preços mais caros a baixar os seus preços. 

Isso acontece, por exemplo, nas idas ao supermercado, já que ao comprar produtos mais baratos reduz a procura por outros bens mais caros. E, como há menos procura, torna-se essencial reduzir os preços para escoar esses produtos. 

Mas isto também acontece no mercado de energia, onde as comercializadoras com preços mais caros têm de reduzir os seus preços (e margens de lucro) para não perder quota de mercado. E, se quer contribuir para isso, visite agora o simulador de luz e gás e descubra os preços mais baixos de luz e gás…

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